quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"Serve-Serve"

Nos últimos meses eu tenho vivido como empresário, tenho trabalhado com moda, lancei a grife da qual eu falava.
Entretanto eu amo e vou morrer amando o planejamento, redação, atendimento e nos últimos tempos tenho tido tudo isso, mas não na intensidade que eu preciso.
Eu estou precisando de um novo desafio, as coisas estão bem, mas sinto falta de rotina, de poder deixar fluir minha mente fantástica.
Sim, eu não perdi a modéstia, ouço isso desde quando sai de casa e resolvi acreditar nisso.
Então eu realmente estou dizendo que preciso da ajuda.
Eu andei planejando uma nova forma de publicitar o cotidiano, fazer vender mais coisas que já vendem bastante, por exemplo fazer a venda de carros do seu cliente aumentar significativamente.
Você como eu já percebeu que as pessoas não tem nada de especiais, algumas apenas desenvolvem mais o potencial que as outras e não há nada, nada mesmo de especial nisso, força de vontade e coragem não são dons.
Então por que nós ainda vendemos coisas somente para pessoas especiais? “compre isso e seja igual ao cara da TV” “Compre isso porque é só amanhã”
Isso vende? Sim, nós sabemos que isso ainda vende, mas até quando?
Até nós começarmos a vender para pessoas normais, não basta dizer a ela que um produto fará milagres, as pessoas estão deixando de acreditar em milagres e acreditando nelas mesmas. E se formos o mínimo espertos, vamos começar a atender as pessoas normais.
Corpos bonitos e jovens em propagandas de esporte não fazem mais tanto sentido, porque quem habita as academias hoje, são mães, são jovens, são idosos. O reino da maromba, dos bombados esta se restringindo a poucas academias, onde os esteróides correm solto, quem deseja uma vida saudável esta pensando somente em se cuidar, e elas estão vendo que não há nada de especial nisso.
Então porque criamos campanhas com gostosões se as pessoas estão desistindo de serem modelos de revista e sendo somente elas?
Pra terminar, tempos atrás viajando por ai eu vi um banner num restaurante de beira de estrada, era limpo, ambiente familiar sem nada de mais, mas estavam lotados mesmo com uma grande franquia de restaurantes bem a frente, e eles me deram a luz de que as pessoas normais precisam. O pequeno banner com caligrafia manual, bem pintado com os dizeres “serve-serve”, e eu nunca vi uma definição mais perfeita para self-service, já que a grande maioria das pessoas que passam por ali mal sabem o que queria dizer self-service. E foi essa coisa simples que fez com que as pessoas entendessem que ali era um local simples e que eles podiam ir se sevir a vontade, comer e se sentir em casa. Não tinha comandas de plástico com chips ultra sônicos, não tinha as louças mais caras, mas tinha um tempero de amor de família para pessoas normais que viajam, e entre os clientes estavam pessoas que podiam muito bem estar comendo na franquia alguns poucos KM’s a frente.
Eu sou só uma pessoa normal, com força de vontade, querendo revitalizar a vida das pessoas "serve-serve".
Esse público anda carente de anúncios, andam os colocando numa classe média onde eles não se enquadram, mas a sua vida e o seu dinheiro continuam com o mesmo valor.
Quem ai quer salvar o mundo moderno da robotização?

-------x8 corte aqui

Esse texto foi escrito há algum tempo, e ficou guardado.
Algumas empresas já começam a trabalhar com essa faixa de população.
A Oi democratizando liberdades de escolha para todo mundo, a Tigre colocando pessoas comuns em situações de completo desconforto, mas sinceramente ainda acho que falta algo para a população que não sabe nem mandar um SMS.


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