domingo, 25 de abril de 2010

O menino e o sol.

Franzino, discreto que quase passaria despercebido.
Mas a vida tinha outros planos pro garoto que passava o dia a procurar...
Era uma procura ardua...
Ele tentava encontrar e não conseguia sair do ponto de partida.
Aqueles cabos e fios, telas e teclados o impediam de tocar o que procurava.
De que cor será? O que come, quanto custa...
Ele estava acostumado a ser só e se divertia em seu mundo de lapis de cor.
Não era do tipo triste, mas sentia um vazio que seus lápis não podia preencher.
Afinal de contas a vida não é um jogo de telas e cores.
Cansado de esperar pelo que não encontrava, chegou ao meio do mundo e gritou.
- Ei, eu estou aqui!
franziu a testa ensaiou o seu melhor sorriso algumas vezes, mas parecia que o mundo não
o tinha escutado.
Passou as mãos por entre os cabelos negros, coçou os pequenos olhos que brilhavam mais que
a luz da lua, e pensou que jamais fizera parte desse mundo.
Pessoas com tanta pressa, com tanta certeza de tudo.
E ele em seu universo era paralelo, alheio a isso tudo.
Exercitou as cordas vocais e gritou de novo em meio a multidão.
-Vocês, não estão me vendo?
-Bem que podiam ajudar a procuraro que perdi.
E mais uma vez ele foi ignorado.
Se aproximou de algumas pessoas, elas olhavam em seus olhos, mas o coração delas estava
em outro lugar, e com o passar dos minutos, essas pessoas tomavam caminhos diferentes
e o pequeno guri, voltava a procurar o que não podia ser encontrado.
Anoiteceu, e os sujos sairam de suas alcovas, para se deleitar nas ruas.
Encontraram em meio a escuridão o pequeno, caminhando por ja estar acostumado a andar.
Zombaram dele e de sua busca.
- Como pode ser ingênuo assim?
-Desista de procurar, jamais será encontrado o que procura.
O pequeno corria desesperado, seus olhos se umideciam a medida que seu coração ficava cheio de dor...
Dizem por ai que os olhos transbordam quando o coração esta cheio.
Sentou-se para descansar, mas suas pernas acostumadas a andar queria seguir viagem.
Ali adormeceu, no meio da relva onde se escondera.
Sonhou que era anjo, que era principe, que podia voar.
Até ser interrompido pelas gotas que caiam do céu.
Fixou seus olhos no céu e por um momento pensou ter visto o sol, mas se enganou as nuvens negras o cobriam.
Ali no meio do nada, viu uma gruta que lhe serviria de casa.
Ficou quieto no escuro sem poder pintar, pois la dentro não havia luz... e seus lapis de cor
ja não coloriam sua realidade.
Estufou o peito e gritou para a escuridão, mas só ouviu seu eco dentro de si a gritar fortemente.
Pensou que ja era tarde demais que a escuridão o enguliria.
Mas ai apareceu o sol.
E o menino então entendeu que buscava apenas luz pro seu coração, imagem para suas pinturas e cores.
Passou a não sentir mais dor, pois descobriu que mesmo depois de uma longa noite, uma caverna escura, as sujeiras do mundo
nada era mais forte que o sol, que incansável sempre voltava para fazer o menino brilar.
O sol era apaixonado pelo reflexo que via na face do garoto.
Sempre que tocava em sua pele, o dia era ainda mais iluminado.

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